Formandos do IFCH colam grau

Data da publicação: qui, 10/10/2019 - 10h56min

Os estudantes do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas que completaram seus cursos no primeiro semestre de 2019 realizaram a colação de grau nesta sexta-feira (16 de agosto), em cerimônia realizada no Centro de Convenções da Unicamp. 

Colaram grau 57 alunos, sendo três da filosofia, 16 da história, 22 da ciências sociais integral e 16 das ciências sociais noturno. O evento contou com a presença de familiares, amigos, professores e servidores técnico-administrativos do IFCH.

"Ao iniciar essa nova etapa de minha vida, prometo buscar que na experiencia de cada dia os ideiais da verdade e da justiça", disse a formanda Larrisa Moussa, do curso de ciências sociais, oradora que representou todos os estudantes no juramento. A declaração simbolizou os ideais de cada curso do instituto, como o respeito a paz social, diversidade e dignidade de cada individuo e coletiva. 

A professora Taisa Helena Pascale Palhares, do Departamento de Filosofia, avalia que os estudantes que se formam no curso saem aptos a serem historiadores da filosofia, e a primeira etapa para que se tornem futuros filósofos, e a importância tanto dos que irão se dedicar a carreira acadêmica quanto os que poderão atuar no ensino médio. "Lembrando sempre que a filosofia é um amor pela sabedoria e pela verdade, um exercicio continuo de reflexão que nunca tem fim", declarou Taisa.

Já o professor Frederico de Almeida, do Departamento de Ciência Política, relembrou os casos onde boatos e notícias falsas foram usados com o objetivo de atacar as universidades públicas, citando como exemplo os casos recentes envolvendo o nome da Unicamp. "Existe aqui uma revolução quando um país como o Brasil, com um passado colonial, escravista e desigual, constrói universidades públicas, produz ciência e não apenas consome o que é produzido fora, e quando as universidades se abrem para receber pessoas de todas as classes sociais", disse o professor do curso de ciências sociais. "Tem uma revolução quando as universidades públicas resolvem adotar políticas de ações afirmativas para a inclusão de estudantes negros e indígenas. Não é uma revolução para ter medo nem destrutiva. É uma revolução que transforma o país".

Representando o curso de história, o professor Rui Luis Rodrigues lembrou que a Unicamp é uma das maiores universidade da América Latina, e que os formandos puderam usufruir do acesso à uma instituição pública e gratuita. "Esse direito que voces tiveram, e que permitiu que alguns de vocês fossem os primeiros de suas famílias a conquistar um diploma universitário, esse direito se encontra sob ataque", declarou o professor. "A universidade pública, gratuita e socialmente referenciada é um direito que agradaria a muitos retirar de nós. Agradaria aos que querem univerdades como viveiros reprodutores da elite, aos que desejam lucrar com o comércio de um direito que não deve ser vendido, que como questão moral deve ter acesso livre e gratuito. E agradaria a maus políticos que desejam agradar tanto as elites quanto os mercadores da educação. Contra isso, é preciso lutar!"

O presidente da cerimônia de colação de grau e diretor associado do IFCH, professor Roberto do Carmo, disse algumas palavras aos formandos, familiares e amigos presentes no evento. "Eu gostaria que vocês pensassem neste momento como uma passagem da condição de usuários da educação pública, que todos vocês foram neste período, para a condição de defensores da educação pública", disse o representante da direção do instituto. "A universidade é o local por excelência da construção do conhecimento, da realização do pensamento autônomo, livre e libertador. Eu gostaria que vocês não perdessem, nessa nova vida, as perspectivas de visão de sociedade que cada um de vocês vivenciou no IFCH. Não deixem de enxergar a persistência da desigualdade social. Não deixem de enxergar as injustiças e preconceitos que atingem diversos grupos sociais. Não deixem de se posicionar de maneira decidida frente às injustiças".